23 de março de 2012

RESENHA CD - NAGLFAR: Teras

E assim o experiente grupo sueco NAGLFAR, bem conhecido na cena, que já possui status de banda Cult no underground do Metal extremo, e que após cinco anos de ausência desde seu último CD de estúdio, ‘Harvest’ de 2007, retorna com mais um trabalho de estúdio agressivo, que se chama ‘Téras’, lançado pela Century Media Records. Usando a fórmula vista em ‘Harvest’, só que um passo adiante, o NAGLFAR mostra que não perdeu seu poder de fogo, mas que andou apurando um pouco sua técnica, já que ‘Téras’ mostra uma banda forte e com certo refinamento musical, mas que ao mesmo tempo não abre mão de sua sonoridade característica, ou seja, os vocais estão a mesma (que, para aqueles que conhecem do assunto, colocam Kriss como um dos melhores do estilo de todos os tempos), as guitarras se alternam em momentos velozes e ríspidos com melodias sinistras muito bem feitas, teclados sinistros aqui e ali como pano de fundo, enquanto a cozinha rítmica baixo e bateria esbanjam peso, técnica e entrosamento, em alternâncias de andamentos que deixam qualquer ouvinte pasmo. Apesar de agora ser apenas um trio, já que o guitarrista Marcus também tocar baixo e teclados no CD, e o batera Dirk Verbauren (sim, o mesmo do SOILWORK, e ex-ABORTED) é um convidado da banda.

 

No tocante à arte, ela é belíssima, bem como muito bem trabalhada, especialmente a capa (feita por Niklas Sundin, do DARK TRANQUILLITY), e a produção sonora, feita nos Wolf’s Lair Studios, sendo produzido pela banda, mixado por Mattias Eklund nos Toontrack Studios, e masterizadopor Göran Finnberg nos Mastering Room Studios (as partes de bateria foram gravados nos Die Crawling Studios), é limpa, mas não cristalina, para não perder aquele clima soturno do estilo deles, ou seja, um absurdo festival de agressividade, peso, técnica, melodias climáticas, muito bem equilibrado e capaz de pôr na linha todos os que tentam nos empurrar goela abaixo ‘músicas’ de péssimo gosto, ou seja, os ritmos modistas que tanto nos incomodam e que sempre fazem sucesso no nosso país.

 

Abrindo o CD, temos ‘Téras’, uma intro pesada e forte, quase uma mini canção, criando clima para a ótima Pale Horse’, que já havia sido disponibilizada para a audição há algum tempo, com ótimos riffs de guitarras e um trabalho vocal de Kriss que deixa qualquer ou impostação de sua ótima e potente voz. Já ‘III: Death Dimension Phantasma’ é um pouco mais cadenciada, com belos solos melodiosos, bases muito bem trabalhadas, e mais uma vez Kriss rouba a cena, com vocalizações absurdas, seja nos momentos mais velozes, seja nos mais up-tempo. ‘The Monolith’ começa com uma entrada soturna, até que desemboca em um andamento arrastado bruto capaz de deixar o ouvinte pasmo, com teclados sinistros ajudando a manter o clima opressivo, e seria injusto não mencionar o trabalho de baixo e bateria tão bem feito e extremamente pesado. A brutalidade continua em ‘An Extension of His Arm and Will’, um pouquinho só mais rápida que a anterior, onde o batera Dirk dá mostras do quanto é bom músico, já que as suas variações é técnica imprimem ritmo alucinante o tempo todo, mesmos elementos musicais encontrados em ‘Bring Out your Dead’, onde as guitarras se sobressaem , e dão impressão que se os senhores Smith e Murray começassem  a fazer o estilo hoje, estariam fazendo algo nesse estilo, já que Andreas e Markus sabem fazer belas e soturnas bases com melodia e peso opressor. ‘Come Perdition’ é uma canção bem rápida, mas com andamentos empolgantes, embora existam momentos mais amenos, e mais uma vez existem melodias de guitarra com estruturas bem montadas e tocadas por uma dupla que entende bem o que quer fazer, ou seja, com teclados fazendo aparições oportunas, e tudo isso um festival de variações musicais. ‘Invoc(H)ate’ é uma autêntica aula de como se faz música agressiva e ríspida , mas usando de alternâncias de andamento e estruturas melódicas para se ter uma faixa memorável, especialmente porque a banda toda dá um show inclemente. Fechando o CD, temos ‘The Dying Flame Of Existence’, a mais longa, pois passa dos oito minutos, que se inicia com guitarras bem ‘maidenianas’ antes de virar um caos em forma de uma música cadenciada, pesada e cativante, mas ao mesmo tempo bem trabalhada ao ponto de ser algo surpreendente.

 

Ou seja, o NAGLFAR continua sendo um dos nomes mais fortes da cena mundial do Black Metal, ainda tem muito a oferecer , e ‘Téras’ entrará facilmente no ‘top ten’ de todo fã de Metal que se preze, sem radicalismos e que sabe que rótulos servem para compras de supermercados, mas nunca como parâmetro para gosto...

 

E você, está esperando mais o que?

Corre atrás do seu!

Tracklist:

01. Téras
02. Pale Horse

03. III: Death Dimension Phantasma
04. The Monolith

05. An Extension of His Arm and Will

06. Bring Out your Dead

07. Come Perdition

08. Invoc(H)ate

09. The Dying Flame of Existence

 

Formação:

Krisstoffer Olivius – Vocais

Andreas Nilsson – Guitarras

Marcus E. Norman – Guitarras, baixo, teclados

Dirk Verbeuren – Bateria

 

Contatos:

https://www.facebook.com/naglfarofficial

http://www.naglfar.net

http://www.myspace.com/naglfar

 

 

Por Marcos Garcia

Fonte: http://whiplash.net/materias/cds/150754-naglfar.html

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